Sinal verde para re-invenção

Aprendi e levo muito a sério: O que nunca muda é que tudo está em constante mudança. Mas parece que muita gente não compreende isso plenamente.

Nos idos de 1868, o Sr. John Peake Knight, criou uma espécie de semáforo (sinaleira para uns e farol para outros tantos). Foi instalado primeiramente numa praça na frente do parlamento britânico, aquele prédio onde fica o famoso Big Ben. Era uma adaptação dos aparelhos utilizados para orientar os maquinistas das locomotivas e teria a missão de “apartar” o tráfego de cavalos e carruagens que por ali passavam. Na época, a iluminação desses instrumentos se dava por lâmpadas a gás. Imagino que o FOG londrino exigiria algo assim.

A novidade durou aproximadamente um mês, pois a tecnologia a gás provocou uma explosão que feriu o guarda envolvido no controle do intenso tráfego. A frustração foi grande. Ao ponto de não perceberem que já havia queda nos índices de mortos e feridos do trânsito londrino à época (por volta de mil mortos e outros mil e tantos feridos anualmente).

Ou seja, a invenção estava no bom caminho. Um guarda ferido versus 90 mortes e 110 feridos em média por mês não levou ao entendimento que só faltava um pouco de afinco e capricho.

Assunto abandonado e esquecido pelos ingleses. Não sei se inspirado por essa história ou não, Lester Wyre criou uma nova versão em 1912. Elétrica, mas não patenteada, foi superada pelo designer James Hog, que instalou seu modelo em Cleveland (1914) e foi aprimorada por ele mesmo em 1918. Seguiram-se as adoções em Detroit (1920), em Paris (1922) e somente em 1927 tal maravilha chegou na Inglaterra.

Era o sonho. A cada dia mais e mais meios de transportes surgiam e os tais semáforos foram evoluindo em paralelo. Aprimoramentos de automação, sensores, operação a distância e/ou computadorizadas, etc. são algumas das melhorias acopladas à magia.

Mas… minha opinião é que está na hora de reinventar e esse é o grande desafio. Qual é o momento em que temos que parar de melhorar e voltar a inovar?

Tenho certeza que ainda há espaço para ajustes. Já repararam que basta o semáforo abrir para alguém dar um toque na buzina? Que tal colocar uma buzina no próprio semáforo quando ele muda para o verde?

Brincadeiras à parte, está na hora de perceber que o contexto mudou. Um invento baseado em um problema percebido em função da tração animal, que evoluiu para intervir no trânsito dos Ford Bigode a 10km/h, não parece ser compatível com as quantidades e velocidade atuais.

Mas a teimosia e a preguiça fazem parte da humanidade. Para resolver um problema de trânsito alguém desenvolve um túnel ou um viaduto. Não é que em algum tempo alguém coloca um semáforo sob o viaduto para viabilizar uma conversão à esquerda? Da mesma forma, alguém inventou a rotatória e parece que não divulgaram direito que quem está dentro, tem preferência para sair. Não é que alguém tem a brilhante ideia de colocar um semáforo para engarrafar a rotatória?

Costumo dizer que temos mais engenheiros de tráfico do que de tráfego, uma vez que o trânsito está uma droga. Não tenho a solução, porque não tenho poder e instrumentos para fazer simulações. Tenho propostas a serem testadas – alguém topa?

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